“Se quer empreender, vá em frente sem ter um plano b”, afirma André Penha, CTO do Quinto Andar

“Se quer empreender, vá em frente sem ter um plano b”, afirma André Penha, CTO do Quinto Andar

Com uma proposta inovadora para o mercado imobiliário, ao desburocratizar e agilizar os processos para locação de imóveis, o Quinto Andar já vislumbra um novo caminho: criar valor e personalização para que mais pessoas se sintam atraídas pelas vantagens de alugar ao invés de comprar uma casa ou apartamento. Como a empresa fará isso, ainda é segredo. André Penha, CTO da startup que cresceu 30 vezes em dois anos e contabiliza um contrato fechado a cada dez minutos, afirma que não há uma fórmula, mas dá uma dica: “não tenha plano b. Se tivéssemos um plano b, certamente teríamos desistido do Quinto Andar” conta.

Penha, que estudou Engenharia da Computação na Unicamp, estará no InovaCampinas na conferência da Trilha Empreendedorismo “Unicamp Ventures”, no dia 24 de outubro. Em sua apresentação, ele abordará temas como inovação e contará sobre a experiência do Quinto Andar. A empresa foi fundada em 2013 quando Penha, junto com o CEO Gabriel Braga, viu um problema comum entre eles como uma oportunidade de fazer algo inovador. Presente em mais de dez cidades, a startup inova na qualidade no atendimento que inclui, por exemplo, produção de fotos profissionais do imóvel, rapidez (não há necessidade de fiador e a assinatura do contrato é feita de forma eletrônica), além de facilidades como agendamento de visitas e propostas online pelo site. Confira a entrevista:

Apesar de buscarem um modelo inovador, vocês iniciaram o Quinto Andar dentro de uma proposta tradicional no mercado imobiliário. Por quê?

Quando começou, em 2013, o Quinto Andar precisava de volume e, por isso, fizemos algumas parcerias com empresas que já existiam. Em 2015, dissemos: “chega de parcerias”. Compramos a briga e foi positivo. As parcerias foram necessárias para viabilizar a empresa. Não tínhamos estrutura interna para implantar o modelo que a gente queria no começo. Mas, quando passamos a adotar nosso modelo, começamos a crescer.

Quando foi o momento de virar a chave e partir para o que realmente queriam?

Desde o começo da história, nós tínhamos que correr algum risco. É importante dizer que correr risco é uma coisa, mas sem ter nenhum grau de volume [de imóveis cadastrados] iríamos demorar muito. Foi uma metodologia que adotamos, pois quando começamos em fevereiro de 2013, precisávamos de muita coisa, de tecnologia e não tínhamos. De fato, poderíamos ter tido essa coragem [de romper com as parcerias] antes de 2015, talvez um ano antes. Poderíamos ter ousado mais e dito aos nossos investidores: “vamos aplicar o dinheiro desta forma”. Mas estávamos cheio de dúvidas e, quando isso acontece, não há confiança por parte de quem está do outro lado da mesa.

A partir da sua experiência, você sugere que os empreendedores sejam mais ousados?

Nós fomos mais conservadores porque não tínhamos dinheiro para ter metas mais agressivas, viabilizar o que queríamos antes. Poderia dar certo antes ou errado antes. O ruim é demorar a dar errado e, no nosso caso, demoramos a dar certo. Sugiro concentrar as energias no seu propósito. Caso contrário, provavelmente quando algo der errado será conservador nas suas próximas decisões. Se você quiser fazer realmente algo que acredita, vá em frente sem ter um plano b. Nós só não desistimos do Quinto Andar porque não tínhamos um plano b. Se você tiver uma alternativa, como trabalhar em algum lugar, por exemplo, com certeza terão várias oportunidades onde você vai querer partir para o plano b. Nós ficamos dois anos com muito pouco dinheiro e foi bem difícil.

A empresa cresceu 30 vezes em dois anos. O que você considera fundamental para que isso ocorresse?

Muita coisa aconteceu, não é um fenômeno crescer desse jeito ainda mais no modelo do Quinto Andar que tem dois lados: proprietário e inquilino. Temos que ficar o tempo todo corrigindo. Todo mês olhamos os resultados, onde está o gargalo: perda  de dinheiro, crescimento, qualidade. Tem que estar preparado para essa montanha-russa, pois o problema sempre vai surgir em algum lugar.

Vocês receberam investimentos. Considera essencial para o negócio crescer?

Eu acho muito difícil crescer sem dinheiro. Quando se tem pouco dinheiro, você não vai tomar decisões radicais, mas sim, conservadoras. A preocupação será sempre continuar vivo no mês que vem e dificilmente vai tomar uma decisão importante que pode impulsionar crescimento significativo da empresa. O investimento possibilita essas decisões importantes. Tem empresas que cresceram sem investimento? Sim, mas é difícil. Se estamos falando de inovação, é necessário esse crescimento e que o negócio impacte muita gente.

O Quinto Andar está alinhado ao novos comportamentos de consumo?

A geração da década de 90 em diante tem muito menos apego. A geração dos meus pais mora na mesma casa há 40 anos. Não muda de acordo com a necessidade, seja porque de alterou o emprego e quer ficar mais perto do trabalho, quer ter um cachorro ou casou. Dentro disso, temos trabalhado dois pilares do processo. O primeiro é a locação tem que ser simples, o que fazemos muito bem e melhor que as imobiliárias. Outro pilar é a qualidade dos imóveis e que ele tenha a cara da pessoa e esse é o desafio. O Netflix faz isso muito bem e sabe criar um produto relevante para o seu público a ponto das pessoas saírem de casa com camiseta de Stranger Things [série produzida pela plataforma]. O Quinto Andar quer fazer isso: temos muitos dados sobre o perfil de quem aluga e queremos usar isso para oferecer imóveis relevantes para determinados nichos e conseguir atendê-los. Acho que este é o próximo passo.  Não cabe aos proprietários saber ou entender sobre isso. O proprietário do imóvel é um leigo, não tem estatística ou conhecimento para mexer ou adequar esse imóvel. Nós temos e contamos com dados relevantes. Sabemos deste negócio, pois alugamos um imóvel a cada 10 minutos. Temos capacidade de fazer essa mudança, mas como faremos essa personalização é algo que queremos revelar mais para frente.

Sobre o InovaCampinas

InovaCampinas será realizado nos dias 24 e 25 de outubro, na Expo D. Pedro, em Campinas-SP, e é considerado hoje o principal evento de empreendedorismo e inovação do interior. Sua programação conta com conferências temáticas, rodadas de negócios e ampla área de exposição. Tem como objetivo demonstrar o potencial tecnológico e apresentar as novas tendências para o ecossistema inovador da região de Campinas. Reunirá em um mesmo espaço, empresas, startups, instituições de pesquisa, universidades, incubadoras, aceleradoras e parques científicos e tecnológicos da região.

InovaCampinas | 24 e 25 outubro 2018 

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